quarta-feira, 18 de novembro de 2020

EU NÃO QUERO NADA EM TROCA

Já ouvia desde muito menina, minha mãe ensinar: _ Crescer, dói!
Só passei a compreender de uns tempos para cá. Quanta sabedoria cabia dentro daquela mulher, ela transbordava.
Quão maravilhoso é participar da vida vindo da sua vida.
Gratidão minha mãe.


Cada dia aprendo um pouquinho mais. Entre idas e voltas, entre o ficar e o deslocar, me depara a beleza. 
É altamente complexo ver que, quanto mais ignorante me reconheço, mais espaço abro para a sabedoria entrar. Hoje, com meus quase 28 anos e aprendendo principalmente através do amor da minha família e também das escolhas de me permitir ouvir atentamente ao que o outro quer passar. Respeitando o tempo e o espaço. Venho me preparando para algo grandioso. 
De pequenos em pequenos detalhes vou me reformando.
O sentimento de gratidão em mim não se faz jus, a palavra se torna pequenina, no diz respeito à minha história.
Ter os meus pequenos prazeres, como poder escrever para mim mesma os meus pensamentos. 
Eu não quero nada em troca de ninguém, só quero poder ir a onde eu quiser, sorrir onde o meu coração mandar, me recolher quando meus sentimentos precisarem se reprogramar, respeitar o meu espaço e o meu tempo.
Eu sou o meu compromisso diário. 
Descarrego as bagagens que por falta de conhecimento, eu adquiri, aceito a leveza de poder errar e ainda assim me aceitar como imperfeita. A autocompaixão me torna um ser humano melhor para o meu próximo. Posso andar nas ruas das cidades e receber uma pancada de alguém ferido e ainda assim não julgá-lo pelo seu feito, afinal, ninguém é perfeito.
O meu legado vai além de um papel.
Um brinde ao amor incondicional que me formou e me forma a mulher que sou.

💔



domingo, 14 de junho de 2020

Meu céu

Meio ano se passou e 2020 jamais será esquecido... Tanta coisa aconteceu desde então. Eu não poderia esquecer o quanto cresci de lá para cá. Me sinto mais forte a cada dia, ainda que a vida me pregue cada peça...
Os sentimentos que se embaralharam por durantes anos em minha cabeça, agora parecem ir para os seus devidos lugares, sem nenhuma força. 
Minha morada, meu refúgio, o melhor lugar do mundo e onde finalmente eu me sinto confortável e não quero correr para o final do mundo, tentando fugir do implacável, tentando correr do medo e da insegurança de não me sentir bem comigo mesmo.
Eu lutei tanto para me reconhecer e me aceitar com o amor que tanto quis dos demais e hoje me sinto preenchida.
Não existe algo ou alguém! É apenas eu e eu mesma. 
Minha plena solitude.
Estou reformando os meus valores, ressignificando minhas crenças e ajustando os ponteiros do tempo onde descobri que posso ser mais do que as palavras de alguém.
Já se passaram alguns anos desde que a consciência bateu forte sobre o que eu ansiava em meu coração, mais os bloqueios faziam o meu ser declinar.
Aos poucos tenho aprendido a controlar, dominar os sentimentos que me formam, a sensação é incrível, estar no controle da minha própria vida, sem ser regida por medo, desconfortos e assombrações.
Só quando enfrentamos os medo é que descobrimos que ele não tem 7 cabeças e que a nossa força é ainda maior do que podíamos acreditar.
O mundo prega tanta descrença em nós, somos tão vulneráveis, que somos levados com tanta facilidade.
Eu me sentia o tempo todo sozinha, me incomodava com o meu próprio silêncio, até quase perder a minha alma, eu não conseguia sentir a minha própria essência, cheguei ao dito fundo do poço e lá só pude ver a mim mesma, lá fiz as pazes comigo mesma e descobri um amor intenso, forte, cheio de energia.
Hoje é um domingo como qualquer outro, mais com um sabor de paz que jamais tinha experimentado.

"do cenário, partes de mim..."

domingo, 26 de janeiro de 2020

Um sonho de liberdade

Me sinto muito embaraçada quando tem que escrever sobre o presente, como me sinto...
Tem tantas situações passando diante dos meus olhos e as minhas reações em sua maioria é silenciar e esperar por novos tempos.
Esta noite tive um sonho lindo, me sentia preenchida e ao acordar me senti vazia.
Foi um sonho confuso, misturando pessoas e situações distintas num mesmo cenário, eu não pude compreender ao certo o que ele poderia estar me dizendo, mais senti uma emoção forte, atingível.
Adoraria narrá-lo com riqueza de detalhes, posso tentar ao menos transmitir a sensação...

"A casa estava uma desordem e eu dormia em cima do sofá, dividindo o espaço com a bagunça, despertei ao ouvir vozes ao longe, eram doces e suaves, ao entrarem na sala aquelas duas princesas se depararam comigo, deitada. Ele também estava com elas, me olharam sem entender o que eu fazia ali, porém, enfrentando com coragem, a primogênita pequena se aproximou e indagou.

_Papai, quem é ela?

Ele não sabia o que responder, mais os seus olhos estavam marinados, estava sem reação ao que deparara de encontrar em sua sala.
Eu apenas sorri para elas e deu o "Olá" mais gentil que já pude ter dado à alguém na vida. Me apresentei e logo um movimento esperado, dei os meus braços e elas vieram sentar sobre mim, começamos a conversar e eu não me recordo de assunto algum, só me lembro que foi um momento muito feliz e que não havia dúvida, eu tinha tudo o que precisava. Ao ver a sua pequena caçula deitada em meu colo e a outra pequena encostada com sua cabeça em meu ombro e meu braço envolto à ela, ele se aproximou e num ato de muita gratidão por aquele momento, repousou em meu ombro disponível e envolveu nós 3 em seus braços, dava para ver a felicidade em seus olhos. Ele beijou a testa de cada uma em sinal de agradecimento. Ficamos por mais alguns minutos assim e logo me levantei para tomar um banho, ele me acompanhou até o banheiro, onde pegou um a toalha e me entregou e desde então eu não ouvi o som da tua voz, eu encostada na porta o aguardando, peguei a toalha e agradeci. Olhando no fundo dos teus olhos, eu te pedi para que me beijasse e ele prontamente se dispôs ao tal pedido, nos beijamos, então, eu acordei".

Foi tão nítido, cada rostinho, os sorrisos que encheram o meu coração de alegria que ao acordar e me ver sozinha, fez o meu mundo desmoronar, voltando a estaca zero.
Talvez seja a minha sina, voltar à realidade com frações de sonhos felizes.

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