O meu corpo está dando os primeiros sintomas de que algo está incorreto, uma angustia que vem tomando a minha alegria diariamente. Um pequeno esforço, simples, parece ser uma tarefa muito complicada de executar, seja pegar um copo d'água para matar a minha sede, ou levantar para tomar um banho e me sentir confortável. Tenho sido usada por mecanismos de ilusões. A mídia, o meio social, os descontroles, quereres e julgamentos.
Hoje eu acordei querendo ajustar aquilo que não tem me agradado, aquilo que vem me frustrando a muito tempo. Apesar de todo cenário parecer caótico, o estado interno encontra-se numa fase de observação ao que vai além dos olhos. Estou conhecendo outra parte de mim. Estou me reconectando com algum tipo de tranquilidade.
Eu sempre tive medo da inutilidade, quase cem por cento da minha vida eu passei, ainda que inconsciente, querendo ser frutos de resultados de sucesso e em integralidade individual. Eu tinha pânico de em algum momento precisar de recursos que não fosse do meu próprio esforço. Aquela famosa frase "fruto do meu sangue"..., eu nem percebia que pouco a pouco o staff estava acontecendo.
Eu não fazia a menor questão de sentir o estado de pertencer. como agora eu sinto.
É muito doloroso o que próprio ser humano é capaz de fazer contra si mesmo, podemos ficar uma vida inteira repetindo o quanto não somos bons o suficiente. Querendo o impressionante.
E aos olhos de quem, afinal? Me questiono.
Acredito, a maioria delas, por você mesmo, nem liga.
Eu vivi algumas realidades em minha vida e entendi que você pode se encaixar perfeitamente em muitas delas, você pode mudar, moldar, ir, voltar, porém, nunca mais será a mesma coisa, pois, você já não é mais o mesmo.
É claro que conhecer-se, evoluir-se, moldar-se, é sem dúvida o trabalho mais árduo. As vezes nem queremos assumir aquilo que sonhamos. Por nos acharmos tão incompetentes e desmerecedores de tais grandezas.
A maior dor em mim hoje é sentir na pele o quanto eu sou fraca, o quanto aprendi errado todos estes anos, lutar sozinha, fiz tão repetidas vezes que hoje é como ser natural. E mudar é quase como morrer.
Descontruir não é simples. Requer muito mais esforços do que da primeira forma de ser educada e falo isso exatamente por autoresponsabilidade;
Existe o tal equilíbrio, mesmo?
Aquele que somos bons para si e para os outros também?
Quando eu sinto vontade de escrever, ainda que meios pensamentos, quando eu resolvo transcrever os devaneios, realidades, dúvidas, me sinto mais viva do que nunca. Posso pegar um breve momento e me conectar comigo mesma, é uma sensação ótima que eu deveria experimentar mais vezes, confesso.
A escrita é o melhor espelho para aqueles que tem a coragem de encarar a si mesmo, por isso, escrevo para mim mesma, escrevo para saber quem eu sou e quem eu fui.
Escrever é a forma que tenho de me conhecer mais e melhor.
Escrevo porque aqui me reorganizo;
Escrevo porque essa é a forma de me amar intensamente.
Do cenário "partes de mim mesma"